domingo, 1 de março de 2015

Projetos da Vale para melhorar qualidade de minérios serão mantidos em Minas

Os investimentos da mineradora Vale em projetos para melhorar a qualidade do minério de ferro extraído pela companhia em Minas Gerais e na expansão da produção de Carajás, no Pará, com o megaempreendimento batizado de S11D, estão sendo poupados dos cortes do orçamento, adotados pelo quarto ano em 2014. A despeito da queda dos preços da commodity no mercado internacional, que contribuiu para o prejuízo de R$ 4,761 bilhões no quarto trimestre do ano passado, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou, nessa quinta-feira, que os desembolsos previstos na Região Central de Minas e na Grande Belo Horizonte estão mantidos e serão concluídos neste ano. No balanço de 2014, a empresa teve lucro de R$ 954 milhões, um aumento de 729% frente a 2013. A Vale começa a operar no segundo trimestre projetos em implantação nas reservas de Cauê e Conceição, em Itabira, berço das atividades da companhia, e em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, para reposição e aumento da capacidade, com enriquecimento do minério do tipo itabiritos, de teores mais baixos de ferro. De outubro a dezembro de 2014, o investimento total nesses projetos foi de US$ 258 milhões. “Continuamos com os projetos Itabiritos para ser entregues este ano, com sensível melhora do minério dos sistemas Sul e Sudeste da Vale (ambos localizados em Minas Gerais”, afirmou o presidente da companhia. O megaprojeto S11D, o maior da história da empresa e da indústria da mineração, de acordo com Murilo Ferreira, “é intocável”. Como reação ao prejuízo do quarto trimestre, as ações ordinárias da Vale sofreram desvalorização de 4,01% no pregão de ontem da Bolsa de Valores e as preferenciais tiveram queda de 3,76%.. As novas operações de Minas Gerais permitirão à empresa se aproveitar do adicional de preços pago pelo mercado em função da qualidade do minério, em tempos de preços deprimidos. Com maior margem de manobra, a Vale definirá o mix mais ajustado à remuneração no exterior, entre os minérios de Carajás, Minas e da unidade operacional de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Os desembolsos da Vale em Minas, incluindo despesas de custeio, alcançaram US$ 9,08 bilhões em 2014. O Sistema Sul, que compreende os complexos Paraopeba, Vargem Grande e Itabiritos, produziu 86,3 milhões de toneladas, representando acréscimo de 9% em relação a 2013, melhor marca anual da companhia no estado desde 2007. Os complexos Itabira, Minas Centrais e Mariana, reunidos no Sistema Sudeste, produziram 107,4 milhões de toneladas. Segundo o diretor-executivo de ferrosos da Vale, Peter Popping, a empresa poderia, em tese, produzir mais do que a meta de ofertar 340 milhões de toneladas ao mercado em 2015. Cerca de 10 milhões de toneladas, dessa projeção, serão de minérios que tem mais qualidade e podem dar à companhia margens melhores de preços. Murilo Ferreira informou estar trabalhando com um preço médio por tonelada neste ano a partir de US$ 70. A cotação de quinta-feira da tonelada da matéria-prima estava na casa dos US$ 63, depois de ter variado na faixa de US$ 120 em 2013. A redução do crescimento da China, locomotiva da demanda internacional de ferro e aço, preocupa a indústria da mineração, mas o presidente da Vale aposta num cenário de demanda ainda firme do gigante asiático. GESTÃO A ordem de austeridade na gestão da companhia se mantém para 2015, com foco nos segmentos em que a Vale apresentar maior eficiência. “Estamos cada vez mais comprometidos com os custos, trazendo retorno para os nossos acionistas e da forma mais prudente (em investimentos) possível”, disse o presidente da mineradora. A companhia aplicou ao todo, em 2014, US$ 11,979 bilhões em expansão e manutenção de projetos, cifra que significou queda de 15,8% na comparação dom 2013. 

 Fonte: EM

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