Num momento de recuo da mineração, com a oferta maior do que a demanda – sobretudo de minério de ferro – e a consequente redução de preços, empresas de Minas Gerais procuram se reinventar por meio do aumento da qualidade. O Estado é responsável, entre outros itens, por 69% da produção de minério de ferro brasileira, por 100% da produção de chumbo, lítio e zinco, 90% da produção de nióbio, 63% da produção de ouro, 89% da produção de grafita e 50% da produção de calcário.
Na última atualização do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, em 2012, a mineração foi responsável por 5,2% (US$ 21,142 bilhões) da riqueza produzida no Estado. Se considerada a indústria extrativa e a transformação mineral, a participação sobe para 17% (R$ 68,926 bilhões). “Vivemos agora um momento bastante sofrido para a produção mineral no cenário macroeconômico internacional, após anos de bonança”, diz o sub-secretário estadual de Políticas Minerais e Energéticas de Minas Gerais, José Guilherme Ramos. “Assim, cada um tenta cumprir o dever de casa: as empresas reduzem custos e melhoram a produção e o governo reduzindo entraves para o setor, sobretudo em relação às questões ambientais”, diz.
“É necessário considerar não apenas a indústria extrativa, pois a mineração é a primeira etapa de uma complexa cadeia de valor”, afirma o sub-secretário. Minas Gerais registrou exportação no valor de US$ 18,23 bilhões em 2013, o que representa 54,5% de tudo que é exportado pelo Estado. Uma expansão superior a 600% nos últimos dez anos. Em 2004, esse valor alcançava US$ 2,50 bilhões, 24,5% das exportações mineiras.
Ramos lembra ainda que, mesmo com uma redução de preços acentuada desde o ano passado, a mineração deverá manter o seu peso nas exportações de Minas Gerais. Ramos explica que, entre outras iniciativas, há uma tentativa de o governo estadual reduzir o período para obtenção de licença ambiental para novas lavras, atualmente em 30 meses. A expectativa da força tarefa do governo, criada para reduzir a burocracia, é de que as licenças ambientais sejam concedidas em quatro meses.
A realização de um amplo diagnóstico geológico no Estado, para a descoberta de jazidas de alta qualidade, é outra iniciativa do governo estadual, diz o sub-secretário.”Há uma força tarefa no Estado para a redução do prazo para licenças ambientais. Já o mapeamento geológico possibilita a abertura de novos negócios no setor, principalmente com minério de alta qualidade”, diz.
Para o economista do Ibmec Minas Gerais, Marcus Xavier, o fim do ciclo de bonança da mineração, com a redução do preço da commoditie e a oferta maior do produto do que a procura, pode representar uma mudança no eixo dos negócios do setor, com as empresas caminhando na direção de novas aquisições e projetos de fusão. Fonte: Valor Econômico/Carlos Eduardo Cherem | Para o Valor, de São Paulo
Fonte: Portos e Navio
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