Nove anos após a inauguração do projeto de expansão de Brucutu, a Vale começa a operar sua quinta linha de beneficiamento. Segunda maior mina de minério de ferro do país, atrás apenas de Carajás (PA), a jazida localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, vinha perdendo fôlego. Para recuperar sua competitividade, a Vale investiu US$ 423 milhões nos últimos sete anos.
Sem as intervenções, a expectativa era de que a produção caísse 23% em relação a sua capacidade plena, de quase 30 milhões de toneladas, atingida em 2010. Com o investimento, a meta da Vale é manter esse patamar de produção, apesar do empobrecimento natural do minério extraído no local.
A recuperação de Brucutu faz parte da estratégia da companhia de tentar turbinar a produção de minérios de melhor qualidade e reduzir custos. O objetivo é ampliar suas margens a despeito do cenário de preços em baixa no mercado internacional. Iniciadas em 2008, as obras permitiram mudanças no processo de beneficiamento do minério, que ganhou maior concentração de ferro.
“Sem a 5ª Linha estaríamos perdendo produção este ano e ofertando minério de qualidade mais baixa”, diz o gerente de Operações do Complexo Minas Centrais da Vale, Rodrigo Chaves. Nessa nova fase, Brucutu vai produzir “pellet feed” (insumo para pelotas) com 68% de ferro – um ganho de 5 pontos porcentuais – e do tipo “sinter feed” com 63% de ferro, classificados como “premium”. Segundo a Vale, o projeto permitiu o melhor aproveitamento do material lavrado e a diminuição do volume de rejeito produzido.
A quinta linha entrou em operação em agosto e agora atinge sua capacidade plena. A nova linha, explica Chaves, consegue processar minério com teor muito baixo, de 46% de ferro. Antes, a linha de corte era de 51% de ferro. Houve melhora nos processos de moagem e de separação de impurezas, como a sílica.
A usina de concentração elevou o volume diário processado de 70 mil para 85 mil toneladas. “O objetivo do investimento foi aumentar a capacidade da planta industrial de absorver o empobrecimento do minério”, explica.
A partir de 2016, a produção da mina terá um acréscimo de mais 9,5 milhões de toneladas anuais, atingindo 32,7 milhões de toneladas. O volume representa cerca de 9% da produção total de minério da Vale, estimada em 340 milhões de toneladas este ano. Hoje, Brucutu tem reservas provadas e prováveis de 432,4 milhões de toneladas de minério de ferro.
A Vale agora trabalha na expansão da vida útil de Brucutu, que termina em 2023. A chamada expansão Oeste ainda é incipiente e está em fase de licenciamento ambiental. Localizada no Quadrilátero Ferrífero mineiro, a mina de Brucutu entrou em operação em 1994. Em 2006, a Vale inaugurou a primeira fase do Projeto de Expansão de Brucutu, no qual foram investidos US$ 856 milhões.
Parte do Complexo Minas Centrais – que inclui ainda as minas Água Limpa e Gongo Soco -, Brucutu é a mina mais competitiva do Sistema Sudeste da Vale. Toda a sua produção é exportada e cerca de 40% vai para a China. Até o fim do ano, a mineradora conclui na região o Projeto Itabiritos, que estenderá em até 20 anos a vida útil de minas nos complexos de Itabira e Vargem Grande (MG). O investimento de US$ 5,5 bilhões é o segundo maior da carteira da companhia, atrás do S11D, em Carajás.
Fonte: Época Negócios
Nenhum comentário:
Postar um comentário