Uma nova tecnologia de processamento da matéria-prima residual jogada fora durante a extração do granito permite obter minerais pesados valiosos, como magnetita, ilmenita, rutilo e zircão, além de reduzir a liberação de resíduos que poluem o meio ambiente.
O valor do produto final ultrapassa em várias vezes o preço do próprio granito. A título de comparação, o mais valioso deles, o zircão é vendido no mercado mundial por US$ 3.000, enquanto o preço do granito esmagado é de apenas US$ 20 por tonelada.
“Essa tecnologia não só cria valor agregado na indústria transformadora, como permite passar para um novo nível de rentabilidade”, diz o autor do projeto, Dmítri Chevtsov, doutorando na faculdade de Geologia da Universidade Estatal de Voronej (VGU, na sigla russa).
Além disso, segundo o geólogo, só na região de Voronej, o grupo de mineração Pavlovski já produziu 30 milhões de toneladas de resíduos com a extração de granito. “Esse material residual cresce 1 milhão de toneladas por ano, intensificando a poluição do meio ambiente”, acrescenta.
Os resíduos menores são levados pelo vento, formando nuvens de poeira prejudiciais para a atmosfera. Também se infiltram na terra e chegam aos lençóis freáticos, contaminando a água.
Tamanho X lucro
Os geólogos da VGU estudaram a composição mineral dos resíduos e, com base nessa análise, desenvolveram uma tecnologia inovadora de tratamento do material que era tradicionalmente descartado.
A nova tecnologia se baseia na divisão de resíduos graníticos em três categorias, conforme o seu tamanho: partículas maiores (entre 5 a 2,5 mm), médias (de 2,5 a 0,2 mm) e pequenas (inferiores a 0,2 mm).
“As duas primeiras categorias podem ser adicionadas ao revestimento do asfalto e também usadas na fabricação de produtos de concreto armado”, diz Chevtsov. Porém, segundo o cientista, ambas não trazem grandes lucros.
O principal interesse comercial para a indústria está no processamento da terceira categoria, durante o qual são obtidos minerais valiosos usados em qualquer produção de alta tecnologia.
“O zircão é necessário na indústria nuclear, sem ele não se consegue lançar o átomo pacífico. Mas ele tem aplicação também em outras áreas mais cotidianas, como, por exemplo, na fabricação de esmaltes de alta qualidade para revestimentos”, diz o reitor da faculdade de Geologia da VGU, Viktor Nenakhov.
Fonte: Gazeta Russa
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