A lama da Barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro em Mariana, na Região Central de Minas, causou outros danos ao patrimônio histórico e cultural além de levar peças sacras de igrejas coloniais do século 18. Antes de chegar ao subdistrito de Bento Rodrigues, os rejeitos da Mineradora Samarco atingiram cinco cavidades naturais subterrâneas, uma mina de ouro também do século 18 e ruínas de uma fazenda do período colonial. É o que mostra um novo diagnóstico dos danos ao patrimônio, apresentado nesta quinta-feira pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com o MPMG, análises de imagens de satélite e levantamentos em bases de dados oficiais realizadas pelo seu núcleo de geoprocessamento confirmam que, antes de chegar à zona urbana de Bento Rodrigues, a lama já havia causado destruição ao patrimônio histórico e cultural. As cavidades naturais e a antiga mina de ouro foram severamente afetadas, segundo o MPMG, ficando encobertas pelos rejeitos. “Com base no novo diagnóstico, o MPMG verificará a possibilidade de reversão ou não dos danos para adoção das medidas cabíveis contra a Samarco”, informou o Ministério Público.
Ainda de acordo com o levantamento, foi constatada a destruição de 2,2 quilômetros do eixo do Caminho dos Diamantes da Estrada Real no município de Mariana e impactos em cinco marcos turísticos. Entre as cidades de Barra Longa e Rio Doce, a lama atingiu trechos do Caminho Religioso de São José, uma rota de peregrinação considerada importante atrativo turístico das cidades.
“Na cidade de Rio Doce, o encontro dos rios Piranga e do Carmo, tombado como conjunto paisagístico da cidade pelo Decreto 742/2007, também foi severamente afetado e a prefeitura municipal acionou a Promotoria de Justiça de Ponte Nova requerendo providências. A confluência dos cursos d’água desses rios é que dá origem ao Rio Doce”, diz o relatório do MPMG.
Fonte: EM
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