quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

‘Washington Post’: Recessão do Brasil afeta economia global



Matéria publicada neste sábado (23) no Washington Post, analisa que se a economia global está sendo arrastada pela China e outros países em desenvolvimento para uma recessão, o Brasil é uma das principais âncoras.
Uma vez apontado como uma potência em ascensão ao lado da África do Sul e da Índia, o gigante latino-americano encontra-se atolado em sua pior recessão em décadas, agravado por uma crise política que pode levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. A recuperação do país vai exigir que enfrente reformas estruturais na sua economia e também em seu sistema político, algo que seus líderes atuais não parecem dispostos a fazer.
A reportagem analisa que uma causa primária do problema comum ás economias latino-americanas e africanas  é fácil de detectar: queda dos preços das commodities. O Brasil depende das exportações de minério de ferro, soja e outros bens básicos, que representam 45 por cento de sua receita de comércio, e justamente os preços destes produtos, caíram coletivamente mais de 40 por cento desde 2011.
Nos últimos anos, a Petrobrás, que investiu pesadamente em depósitos de petróleo profundo, agora está endividada e lutando para vender seu barril a US $ 30. No entanto, os problemas do Brasil vão muito além da queda dos preços das commodities. Por uma década, o país contou com essas crescentes exportações para suprir suas reservas estruturais.
Quando a recessão global atingiu o país, os empréstimos solicitados para investir do crescimento e produção, se transformaram em dívida pública, que agora representa quase o dobro da riqueza da Grécia, de acordo com os economistas.
Enquanto isso, a corrupção ganhou espaço. Quase 40 por cento do atual Congresso Nacional está sob investigação criminal, incluindo dezenas de legisladores suspeitos de aceitar subornos em contratos da Petrobras. A presidente Dilma está sendo acusada de esconder o excesso de gastos do governo e sendo ameaçada de Impeachment.
Sair dessa bagunça vai exigir mais do que uma mudança dos legisladores e uma recuperação do apetite da China por matérias-primas. O Brasil terá de enfrentar intervenções fiscais e políticas, inclusive mudanças em sua legislação. Começando pelos encargos pesados e crescentes gastos do governo,  para pagamento das pensões de trabalhadores que se aposentam aos 50 anos, obrigando o governo a usar quase 12 por cento do seu PIB para paga-los.

Fonte: JB

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