A Usiminas mantém plano de demitir cerca de 4 mil funcionários de sua usina siderúrgica em Cubatão, no litoral de São Paulo, e paralisar atividades de produção de aço da unidade, informou o sindicato de metalúrgicos da região nesta sexta-feira.
Após reunião de cinco horas na véspera, intermediada pelo Ministério Público, empresa e sindicato não chegaram a um acordo para evitar demissões e paralisação da produção de aço, informou o presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Rezende de Sá.
“A Usiminas trabalha só com a hipótese de demissão… A gente está buscando uma solução para a empresa manter as operações e não demitir”, disse Sá por telefone à Reuters.
Maior produtora de aços planos do Brasil em capacidade instalada, a Usiminas anunciou no fim de outubro que iria desativar temporariamente atividades de produção de aço da usina de Cubatão, mantendo as de laminação.
A empresa citou na ocasião o cenário de fraqueza da economia e a deterioração dos preços da liga nos mercados internacionais entre os motivos para a decisão.
Na quarta-feira, a rival CSN decidiu parar o processo de demissão de funcionários de sua usina em Volta Redonda (RJ).
A CSN demitiu 700 funcionários de um total de cerca de 3 mil que poderiam ser cortados segundo o sindicato local, mas não informou qual será o destino do alto-forno 2.
Segundo Sá, a Usiminas informou que as demissões em Cubatão vão ocorrer entre esta sexta-feira e 15 de março.
Procurada, a Usiminas confirmou que mantém seu plano de desligamento do alto-forno de Cubatão e paralisação das atividades primárias da usina por tempo indeterminado, com demissões de funcionários.
“A empresa apresentou ao sindicato sua proposta final, um pacote de benefícios aos trabalhadores que excede o previsto em lei, mas o sindicato não aceita discutir as demissões”, informou um representante da companhia.
A oferta previa manutenção de planos de saúde e odontológico por 3 a 6 meses, prioridade na recontratação quando os equipamentos forem reativados e remanejamento interno de alguns profissionais para outras áreas da usina, além de cursos de recolocação profissional.
O presidente do sindicato afirmou que, após o fracasso da reunião da quinta-feira, a diretoria da entidade vai se reunir na segunda-feira para definir a estratégia a ser tomada.
“Não está descartada chamada para paralisação (dos trabalhadores). Vamos ver como podemos fazer uma resistência”, disse ele.
Após um problema que danificou equipamentos, o alto-forno da Usiminas em Cubatão que será parado completa nesta sexta-feira duas semanas sem produzir.
Fonte: Exame
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