Das 710 barragens avaliadas em 2015 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) em Minas Gerais, 19 apresentam risco de rompimento. Outras 16 tiveram avaliação “inconclusiva” por falta de dados repassados pelas empresas. Os dados fazem parte de um inventário divulgado nesta terça-feira (29).
Das 35 barragens que não foram classificadas como seguras, oito delas representam alto potencial de dano ambiental. Congonhas, na Região Central de Minas Gerais, é a cidade com o maior número de estruturas que apresentam riscos ambientais. São cinco as barragens sem estabilidade garantida no local.
Tragédia
No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, pertencente à Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, se rompeu, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e deixando centenas de desabrigados.
A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo. No percurso do rio, cidades tiveram de cortar o abastecimento de água para a população em razão dos rejeitos
Dezenove pessoas morreram. O último corpo a ser encontrado foi o de Ailton Martins dos Santos, de 55 anos. Ele foi localizado no dia 9 de março. O corpo de Edmirson José Pessoa, de 48, funcionário da Samarco, ainda está desaparecido.
Minas Gerais tem hoje 730 barragens sendo que 442 delas são destinadas à mineração. De acordo com a Feam, 281 fiscalizações foram feitas em 2015, com a aplicação de 87 autos de infração. Em 2014, foram 258 auditorias. A fiscalização é feita mediante denúncia ou em reservatórios que estão com a documentação irregular.
Em 2014, Minas tinha 735 barragens cadastradas. Do total, 693 apresentaram estabilidade garantida em auditorias feitas por empresas privadas contratadas pelos donos dos empreendimentos. A Secretaria de Meio Ambiente admite a falta de pessoal para fiscalizar os laudos emitidos por essas empresas. O núcleo especializado em barragens tem apenas quatro funcionários.
Fonte: FEAM
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