Estive envolvido, durante a semana passada, em diversas atividades relacionadas à mineração e visitando minas de cobre, inclusive a maior mina desse minério no mundo, no deserto de Atacama, norte do Chile. A mineração de cobre representa cerca de 30% da atividade econômica do país andino. Sua capacidade de gerar riqueza para o país é enorme e oscila de acordo com os preços internacionais do cobre. Nesse momento, os preços estão baixos, e os ganhos têm sido muito menores do que foram no passado.
Essa situação vem gerando, por parte do governo e das empresas mineradoras, um esforço para projetar uma transformação dessa indústria. Porém a fase de preços elevados e a existência de reservas abundantes acabaram não gerando os esforços e as iniciativas necessárias no sentido de aumentar a eficiência do setor.
A mineração tem práticas gerenciais muito antiquadas, embora tenham melhorado nos últimos tempos. O trabalho é normalmente mal projetado, inseguro e cansativo. Relações de confronto com os militantes sindicatos de trabalhadores têm gerado práticas de confronto, sem confiança mútua. Alguns dos mais notáveis acidentes de trabalho do mundo ocorreram em minas.
As lideranças gerenciais têm feito poucos esforços de modernizar o sistema de gestão, com práticas paternalistas tendo prevalecido. E pouca preocupação com os impactos ambientais também é uma característica da mineração do passado.
Mas isso está mudando. Acompanhei recentemente os esforços iniciais de adoção de algumas práticas da gestão lean nas várias atividades envolvidas na mineração em diversas empresas, inclusive na maior e mais importante delas, a companhia estatal Codelco.
Os primeiros resultados têm sido impressionantes. Melhorias substanciais nas práticas do trabalho e de gestão têm trazido resultados dramaticamente superiores, tanto nas etapas de extração como de transformação dentro das usinas, levando a enormes ganhos de produtividade e redução de custos. Começam a se estabelecer novas formas de relação com os trabalhadores, assim como com as comunidades no entorno das minas.
Trata-se apenas dos primeiros passos. A mineração tem muito a aprender com outros setores da indústria, pois começou essa transformação na gestão mais tardiamente do que já ocorreu em outras indústrias.
A mineração é uma das mais antigas atividades econômicas da humanidade. A extração de minerais, como ouro, prata, cobre, ferro etc., sempre atraiu desde tempos muito antigos a atenção do homem, que utiliza esses materiais para fazer produtos das mais diversas espécies.
No Chile, assim como em diversas outras partes do mundo, a mineração ainda é e continuará sendo uma das atividades econômicas mais importantes do país. Nesse sentido, essa modernização gerencial que testemunhei é muito bem-vinda para os clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e governos.
Fonte: Época Negócios
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