A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) vai exigir estudos técnicos da mineradora Rolando Comércio de Areia que comprovem a estabilidade da recuperação do talude que rompeu em lagoa de mineração em Jacareí, na última sexta-feira.
O acidente afetou a qualidade da água do rio Paraíba do Sul e interrompeu a distribuição em São José e Pindamonhangaba, feita pela Sabesp, afetando cerca de 700 mil pessoas. Taubaté também registrou problemas (ver texto nesta página).
Em nota, a Cetesb confirmou também que irá multar a mineradora pelo rompimento do talude — o valor ainda não foi divulgado. “No início da próxima semana, a Cetesb deve aplicar as devidas sanções administrativas, de acordo com a legislação ambiental vigente”, diz a nota.
ANÁLISE
Ontem, técnicos da agência ambiental da Cetesb de São José estiveram no local do acidente para avaliar as condições do talude recuperado pela empresa, na lagoa de mineração em Jacareí.
Ontem, técnicos da agência ambiental da Cetesb de São José estiveram no local do acidente para avaliar as condições do talude recuperado pela empresa, na lagoa de mineração em Jacareí.
Segundo a companhia, a empresa lançava, irregularmente, rejeitos de tratamento de areia na lagoa da Mineração Meia Lua 1, em Jacareí, empresa cujas atividades estão paralisadas. A irregularidade administrativa deve tornar ainda mais cara a multa aplicada à mineradora de Jacareí.
O lançamento não autorizado provocou elevação do nível da lagoa, o que acabou por romper a barragem, instalada entre a lagoa e o rio Paraíba do Sul. Nenhuma pessoa ficou ferida e não houve morte de peixes. A barragem foi reparada na tarde do último sábado, segundo a Cetesb.
Nenhum representante da Rolando Comércio de Areia foi localizado ontem para comentar o assunto.
ÁGUA A Cetesb informou ainda que a água do rio Paraíba estava menos turva ontem.
O aumento da turbidez na água, por causa do excesso de areia, foi o principal problema detectado após o rompimento na lagoa, que obrigou a Sabesp a interromper a captação e o tratamento de água nos trechos de São José e Pinda.
METAIS A varredura de metais, realizada pela agência ambiental de São José, também apontou a presença de alumínio e ferro acima dos valores estabelecidos pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
No entanto, segundo a Cetesb, nas concentrações encontradas, os dois metais “não oferecem riscos à fauna aquática e à saúde humana”. A companhia informou ainda que os metais são “naturalmente presentes no solo da região”.
“As amostras analisadas quanto à presença de sólidos em suspensão apresentaram resultados em conformidade com a legislação”, completou a Cetesb.
Fornecimento em Pinda seria regularizado, diz a Sabesp
A Sabesp informou que a distribuição de água para os 160 mil moradores de Pindamonhangaba estaria regularizada até o final da noite de ontem. Na cidade, a captação e o tratamento da água do rio Paraíba do Sul, que haviam sido interrompidos às 12h30 de terça-feira, foram restaurados na noite do mesmo dia.
A interrupção foi necessária, segundo a Sabesp, por causa da quantidade de areia na água do rio, em razão do rompimento de uma lagoa de mineração em Jacareí. A maior turbidez na água impediu o trabalho das bombas de captação.
O problema também ocorreu em São José, afetando cerca de 540 mil pessoas. A Sabesp interrompeu a captação e o tratamento às 19h de sexta-feira e voltou a tirar água do rio Paraíba às 11h30 de sábado.
O serviço de distribuição foi normalizado no domingo. Na cidade, o acidente afetou o abastecimento de 70% dos moradores.
A Sabesp informou que também interrompeu a captação de água do rio Paraíba no trecho de Taubaté na terça-feira, entre 8h e 10h, devido à presença dos resíduos da barragem. A medida, no entanto, não afetou os volumes captados e tratados, pois o município também recebe água do rio Una.
Fonte: Gazeta de Taubaté
Nenhum comentário:
Postar um comentário