Matéria publicada nesta terça-feira (9) no The Wall Street Journal, fala que para Mark Cutifani, diretor-presidente da gigante de mineração britânica Anglo American, os preços dos commodities ainda não chegaram ao fundo do poço. Na sua opinião, 2016 será ainda mais difícil para as empresas do setor de mineração e os mercados de commodities do que o ano passado.
Os preços do cobre e do minério de ferro caíram 25% e 40%, respectivamente, no ano passado. A cotação da ação da Anglo American despencou 75%.
“As opiniões estão divididas sobre se já atingimos o piso do ciclo”, disse nesta segunda-feira (8) em uma conferência sobre investimentos em mineração na África, a Investing in African Mining Indaba, realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul. “Então as coisas ainda podem piorar antes de melhorar.”
Segundo a reportagem, o pessimismo de Cutifani é compartilhado em toda parte no evento, que todo ano atrai grande parte da elite mineradora mundial. Executivos, investidores e analistas dizem que não acreditam que uma recente alta nos preços dos metais e das ações das mineradoras irá durar.
As ações da Anglo American subiram mais de 15% neste ano, enquanto as da gigante mineradora e trading suíça Glencore PLC avançaram mais de 8%. O preço do cobre — usado em linhas de transmissão de eletricidade, arranha-céus e eletrodomésticos — aumentou 6% desde que atingiu US$ 4.325,50 a tonelada, em 15 de janeiro, seu menor valor em seis anos.
Vários analistas concordam com Cutifani. Alguns têm dito em notas recentes que a alta foi impulsionada principalmente pelo enfraquecimento do dólar em relação a outras moedas. Isso torna o produto mais barato para compradores estrangeiros adquirirem commodities que são normalmente cotadas em dólar, mas analistas dizem que isso não representa uma mudança fundamental para as mineradoras.
Uma pesquisa realizada pelo Citigroup informou que 93% dos participantes acreditam que as ações da Anglo American ainda cairão mais. E 71% disseram que continuam pessimistas sobre o cenário do setor de mineração para os próximos seis meses, enquanto 14% permanecem otimistas. O banco não revelou quantos investidores participaram da pesquisa.
Agora, as empresas estão pagando o preço por toda a produção gerada quando o mercado estava aquecido, dizem alguns executivos.
Fonte: Jornal do Brasil
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