quarta-feira, 30 de março de 2016

Anglo American reduz em cerca de 30% o uso de água na operação de níquel em Barro Alto (GO)



Melhoria na granulação possibilitará economia de mais de R$ 850 mil por ano
A gestão sustentável de recursos hídricos é um dos princípios que norteiam as atividades da Anglo American em suas operações ao redor do mundo. Para reduzir o consumo de água na operação de níquel em Barro Alto (GO), uma equipe de empregados da companhia desenvolveu um projeto que resultou na economia mensal de cerca de 30% no uso de água no processo de granulação de escória dos fornos elétricos da planta. O projeto foi motivado também pela crise hídrica que se intensificou no ano passado no Brasil.
A equipe de empregados viabilizou a fabricação e a implantação de placas de orifício na granulação de escória dos fornos elétricos de Barro Alto. As placas foram instaladas na tubulação e permitiram diminuir consideravelmente a vazão de água.
Por tonelada de minério eram utilizados 33 m³ de água no processo de granulação de rejeitos e, após a implantação do projeto em outubro do ano passado, a utilização caiu em aproximadamente 30%. A estimativa é que por meio dessa iniciativa haja uma economia de mais de R$ 850 mil por ano.
“Além dos investimentos em otimização do processo produtivo, a Anglo American incentiva os próprios empregados a propor soluções e buscar inovações para reduzir o consumo de água e energia, como nesse exemplo na granulação de escória”, explicou o diretor de Operações de Níquel, Cristiano Cobo.

Fonte: Anglo American

AngloGold Ashanti é mais nova parceira do Museu de Minas e do Metal



A AngloGold Ashanti anuncia que é a mais nova apoiadora da programação cultural do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. O objetivo da parceria – promovida por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – é que seja uma oportunidade para o fomento da programação cultural do Museu, consolidando-o como uma referência no Estado. “Minas são muitas, já dizia o escritor mineiro Guimarães Rosa. A diversidade mineral mineira é tão vasta quanto a cultural. A mineração de ouro formou parte da história desse Estado e já faz parte da história do MM Gerdau. Uma parceria muito bem-vinda e certamente duradoura”, relata Márcia Guimarães, diretora do Museu.
Aberto ao público em 2010, o prédio histórico – inaugurado em 1897 e tombado pelo Iepha/MG – abriga importante acervo sobre a mineração e a metalurgia do Estado e é um dos principais ativos culturais de Minas Gerais. “A cultura e a história de Minas Gerais estão enraizadas no nosso DNA. Com mais de 180 anos de atuação, a AngloGold Ashanti é a empresa privada com atuação mais longínqua no Brasil e a parceria com o MM Gerdau reforça a nossa preocupação na preservação da história e na valorização da cultura”, destaca Othon Maia, gerente de Comunicação e Comunidades da AngloGold Ashanti.
Centro de Memória Morro Velho – Ao apoiar o Museu, a empresa promove o intercâmbio com outro ativo do patrimônio histórico do Estado: o Centro de Memória Morro Velho (atualmente AngloGold Ashanti). Localizado em Nova Lima, o espaço é o mais antigo em atividade em Minas Gerais, com 21 anos de inauguração. Está sediado em um casarão em estilo colonial inglês do século XIX. Ao todo são 25 cômodos de exposição com equipamentos de mineração, mobiliário, utensílios, fotografias e documentos.
O Centro de Memória é aberto ao público com entrada franca. Os objetos mais representativos são os aparelhos de raio-X (ampolas e outros acessórios) do Hospital da companhia (um dos primeiros da América Latina e do Brasil) e uma mesa cirúrgica (do início do século XIX), amostras de minerais, balanças de precisão, lanternas de mineiros e perfuratrizes. Outras atrações são uma caixa de música (datada de 1800) e um conjunto de chá em porcelana – presente da Seleção Inglesa de Futebol (1950).
AngloGold Ashanti– Uma das maiores produtoras de ouro do mundo, no Brasil a empresa possui minas e plantas metalúrgicas e de beneficiamento distribuídas nos estados de Minas Gerais e Goiás. Seus negócios englobam 19 operações em 9 países, gerando mais de 60 mil empregos. A AngloGold Ashanti tem sede em Johanesburgo, na África do Sul, e suas ações são negociadas nas bolsas de Johanesburgo, Nova York, Londres, Austrália e Gana.

Fonte: AngloGold Ashanti

Diques para conter lama da Samarco são insuficientes e rejeito segue poluindo Rio Doce


Quase cinco meses após o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, as apostas da mineradora Samarco para impedir que lama e rejeitos de minério de ferro continuem poluindo os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce falharam. A equipe do Estado de Minas constatou que a construção de três diques no caminho da lama, para reter e filtrar detritos que descem diariamente, não foi eficiente. Com isso, de acordo com o Ministério Público estadual, o dano ambiental a essas bacias hidrográficas segue ininterrupto e medidas judiciais complementares estão sendo estudadas para forçar a empresa e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, a tomar providências para controlar os lançamentos nos corpos d’água.
Em 5 de novembro, a Barragem do Fundão, no Complexo do Germano, pertencente à Samarco, se rompeu, liberando 50 milhões de metros cúbicos de lama. Os rejeitos desceram como uma onda pelo vale, atingindo primeiramente a Barragem de Santarém, que continha água, depois os distritos marianenses de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e na sequência o município de Barra Longa, as calhas dos rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, seguindo neste último até chegar ao mar. Ao todo, 18 pessoas morreram e uma continua desaparecida, no que é considerado o maior desastre socioambiental da história do país.
A construção dos diques foi um dos primeiros termos acordados entre a Samarco e o MP, na tentativa de cessar o dano ambiental continuado que o carreamento de lama e minério da barragem rompida ainda representa para os cursos d’água. A primeira estrutura, denominada S1-A, é uma barragem de cinco metros de altura, erguida na desembocadura de lama da Barragem de Santarém. Terminado em fevereiro, esse reservatório tem capacidade para 16 mil metros cúbicos (m3) de rejeitos, para decantação em um primeiro estágio de limpeza da água.
O segundo dique, denominado S2-A, tinha altura semelhante e capacidade para 45 mil m3, mas, segundo o MP, não resistiu às chuvas de janeiro e se rompeu. Foi reerguido, mas novamente não foi capaz de reter a lama e os rejeitos, que chegaram mais uma vez aos rios atingidos. Um terceiro dique, chamado S3, tem projeto para uma barragem atinja 11 metros de altura e capacidade para armazenar e decantar 1,3 milhão de m3 de rejeitos de mineração.
Porém, segundo o promotor de Justiça Mauro Ellovitch, a Samarco não dimensionou as estruturas de forma eficiente para reter o volume de lama, sobretudo durante as chuvas. Por isso, avalia, medidas complementares e urgentes precisam ser tomadas para estancar a degradação ambiental na Bacia do Rio Doce. “O planejamento está equivocado e é ineficiente para conter os danos já existentes, que dirá os futuros. Muito material ainda é carreado para os três rios. A empresa tenta fazer obras, mas nossa análise é de que não são intervenções suficientes para a dimensão do impacto, que claramente tem se agravado”, afirma o promotor.
Para Ellovitch, essa situação ilustra a fragilidade do acordo feito entre a Samarco, a União e os estados, que já prevê valores para os danos ambientais. “A degradação ainda não terminou. Como se pode impor um teto de reparação, se a empresa sequer consegue impedir que mais lama e rejeitos cheguem aos rios?”, questiona o promotor, acrescentando que novas medidas judiciais para exigir o estancamento da poluição estão sendo preparadas.
PROJETOS Questionada sobre a eficácia das estruturas, a Samarco avaliou que os diques têm apresentado “bons resultados” na redução da turbidez da água, e informou planejar novas estruturas para diminuir a concentração de sedimentos. Os técnicos afirmam que, nas áreas marginais dos rios Gualaxo e do Carmo, está em andamento a revegetação emergencial com gramíneas (com mais de 400 hectares concluídos), visando à contenção dos sedimentos depositados nas margens.
A empresa acrescentou que trabalha na dragagem do reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), em Santa Cruz do Escalvado, que reteve grande quantidade de rejeitos após o desastre. A ação contribuirá para a melhoria de aspectos como cor e turbidez da água que segue pelo Rio Doce após o barramento, segundo a empresa. “Também já está em andamento a reabertura dos canais dos pequenos afluentes dos rios Doce e Gualaxo, permitindo que a água chegue mais limpa aos rios”, informou, texto da Samarco.
Segundo os técnicos “o que comumente é chamado de ‘vazamento’ na mídia é o carreamento de sedimentos misturados à água da chuva e dos córregos presentes no vale de Fundão”. “Para conter esse tipo de carreamento e melhorar a qualidade da água que chega aos cursos d’água, a Samarco construiu três diques, sendo o último entregue em fevereiro, abaixo de Santarém”, informou a empresa. (Colaborou Gustavo Werneck)

Fonte: EM

Rejeitos de mineração podem se tornar minas produtivas


A mineração é uma das atividades essenciais da economia, sem a qual praticamente nada pode funcionar – assim como o ser humano precisa da agricultura para se alimentar, é a mineração que alimenta toda a indústria. Ocorre que, como toda atividade econômica, a mineração gera resíduos – resíduos que ficaram mais conhecidos da população depois do acidente recente que destruiu povoados no município de Mariana (MG) e poluiu praticamente todo o Rio Doce.
A boa notícia é que esses rejeitos da mineração podem ser tratados, recuperados e comercializados, já existindo soluções tecnológicas para minimizar seu armazenamento ou até mesmo extinguir as barragens de rejeitos. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) iniciou um projeto de capacitação que está mapeando a produção de rejeitos das empresas de mineração que operam no Brasil e avaliando a maturidade das tecnologias aplicadas para sua recuperação e comercialização.
Com o mapeamento, que deverá estar pronto até Maio, será possível propor rotas tecnológicas para recuperar os rejeitos de cada mina, levando em consideração as especificidades do cenário brasileiro e as características de cada tipo de minério.
Minas secundárias
“O minério é um agregado rico em determinado mineral ou elemento químico que é viável, do ponto de vista econômico e tecnológico, para extração. No processo industrial é preciso separar este material de interesse de todo o resto, que é descartado como rejeito.
Num cenário em que já não há reservas brasileiras de alto teor, essa quantidade de rejeitos só tende a crescer. Recuperar esses resíduos, portanto, possui um fim tanto ambiental quanto econômico, pois é possível dar outra destinação comercial ao que geralmente é descartado, diminuindo também a quantidade de resíduos para o meio,” explicou Sandra Lúcia de Moraes, coordenadora do projeto.
O montante de rejeitos gerados nos processos de produção de substâncias minerais pode ser estimado a partir da diferença entre a produção bruta e a produção beneficiada. O que impressiona é que a quantidade de rejeitos, em alguns casos, é igual à da substância produzida.

Rejeitos de mineração podem se tornar minas produtivas

Para cada tonelada de minério de ferro processado, por exemplo, temos cerca de 0,4 tonelada de rejeitos. Uma projeção preliminar para o período 2010-2030 aponta que o beneficiamento de minério de ferro irá contribuir com cerca de 41% do total de rejeitos gerados pelas mineradoras no Brasil.
“As tendências da indústria da mineração apontam para um cenário de maior competitividade em decorrência do empobrecimento, nas últimas décadas, dos teores dos minérios lavrados e beneficiados. Assim, o aumento da recuperação de mineral útil é uma vantagem competitiva preponderante para o sucesso futuro dos empreendimentos mineiros”, disse Sandra.
Inova Mineral
A Finep e o BNDES também estão juntando esforços para tentar viabilizar a recuperação dos rejeitos minerais.
As duas instituições estão articulando um plano de apoio tecnológico ao setor de mineração e metais, chamado Inova Mineral. O objetivo é fomentar e selecionar planos de negócios de base tecnológica com foco na produção e agregação de valor em minerais estratégicos e em processos mais eficientes e sustentáveis.
As tecnologias para aproveitamento de resíduos também serão contempladas, já que o Inova Mineral leva em conta o declínio dos teores de concentração nas jazidas de diversos minerais e as consequentes oportunidades de aproveitamento dos rejeitos e de redução do impacto ambiental. A previsão é que o primeiro edital seja lançado no segundo trimestre deste ano.

Fonte: Inova Tecnologia

Nova série das escavadeiras de médio porte



Os Estados Unidos e o Canadá passam a contar com uma nova geração de escavadeiras da fabricante Link-Belt. O modelo 210X4 possui motor de 160 HP e é equipado com controle eletrônico, que reduz a emissão de poluentes, conforme a norma Tier 4 da Agência de Proteção Ambiental do Estados Unidos (EPA -Environmental Protection Agency).
Pesando 22.200 kg, o novo modelo da Link-Belt é considerado um equipamento de médio porte, o que facilita o processo de deslocamento para atender diferentes obras como escavação de fundações, instalação de tubulação e abertura de valas. Outra melhoria é o tempo médio de ciclo, que tornou-se até 9% mais rápido que o modelo anterior. De acordo com o gerente de produto da LBX nos Estados Unidos, Nori Kumagai, uma nova válvula com vias de passagem hidráulica 30% maiores viabilizou esse ganho no desempenho. “Nós também aumentamos os tamanhos do braço, da lança e das bobinas auxiliares para reduzir a perda de pressão e distribuir o óleo de forma mais suave. Com tantas mudanças no desempenho, ainda conseguimos reduzir em 12% o consumo de combustível”, acrescentou Kumagai.
O bem-estar do operador e a manutenção também foram contemplados na 210X4. A cabine desse modelo é certificada para ROPS (Roll Over Protective Structure), que significa Estrutura Protetora contra Capotamento, e FOPS (Falling Objects Protective Structure), traduzido como Estrutura com Proteção contra Queda de Objetos, garantindo mais segurança na operação. Por último, a manutenção preventiva é facilitada com todos os pontos de verificação de rotina ao nível do solo, incluindo o motor.



Fonte: Minérios & Minerales

MPF recomenda destinação ecológica para atividades de mineração


O Ministério Público Federal (MPF) expediu uma recomendação ao Deparamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para que o órgão só aprove o plano de mineração se houver a destinação ecológica dos resíduos. A mudança deve ser feita gradualmente até que se atinja 70% de todo o resíduo produzido na mineração.
O MPF, por meio de uma força-tarefa, investiga o desastre socioambiental causado pelo rompimento da barragem Fundão, em Mariana. Por isso, a recomendação ao DNPM de se abster de aprovar qualquer Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) de lavra de minério de ferro que não contemple a destinação ambientalmente adequada dos resíduos da mineração, com a sua devida introdução em outra cadeia econômica.
A destinação ambientalmente adequada deve ser feita de forma progressiva. O DNPM deve exigir, ao aprovar o plano de mineração, que o empreendedor comece com um percentual de 5% de reaproveitamento de resíduos de mineração já em 2016. O percentual deve subir gradualmente até atingir os 70% em 2025.
Segundo o MPF, no período compreendido entre os anos de 1996 a 2005, a atividade minerária no Brasil produziu mais de dois bilhões de toneladas de resíduos, sendo a mineração de ferro a maior produtora, contribuindo com mais de 35% de todo o volume. A previsão é que até 2030 sejam produzidos mais de 11 bilhões de toneladas de resíduos, e a extração de ferro deverá ser responsável por até 41% desse total.
No Brasil, esse material é estocado na forma de pilhas de estéreis e barragens de rejeitos, e geram grande dano ambiental.
A atividade minerária por sua natureza poluidora, impõe a àquele que explora recursos minerais, o dever de recuperação do meio ambiente degradado de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, conforme determina a Constituição Brasileira em seu artigo 225.
Em 2010, através da publicação da Lei 12.305/2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que passou a exigir de quem gera resíduos sólidos por meio de suas atividades, uma destinação ambientalmente adequada desses resíduos, o que inclui sua reutilização no próprio ciclo ou em outro processo produtivo, visando minimizar os impactos ambientais adversos.

Mineração sustentável

Para a o MPF, esse princípio deve ser observado no processo minerário, fazendo com que resíduos atualmente estocados em pilhas de estéreis e barragens de rejeitos sejam reintroduzidos na cadeia produtiva, por meio do aproveitamento, após o devido processamento, entre outros, como matéria-prima para produtos da construção civil.
“A lavra que não preveja em seu processo a destinação ambientalmente adequada dos resíduos da mineração é prejudicial ao interesse público, uma vez que não observa os princípios constitucionais relativos à preservação do meio ambiente como os princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção do dano ambiental”, defende o procurador da República Eduardo Henrique de Almeida Aguiar, que integra a força-tarefa.
Segundo o MPF, todo o rejeito produzido pela atividade de mineração tem o um enorme potencial de ser reaproveitado. O Brasil detém tecnologia e conhecimento para a transformação dos estéreis e rejeitos da mineração de ferro em produtos para a construção civil, como brita, areia, argamassa, cimento, concreto, blocos, tijolos, revestimentos, pigmentos, além de dormentes para ferrovias e outros materiais.
“Além de minimizar o impacto ambiental da mineração, a reintrodução dos resíduos na cadeia econômica pode se mostrar uma atividade lucrativa, uma vez que reduz os gastos com barragens de rejeitos e pilhas de estéril, minimizando o risco de novas tragédias, e aumenta as receitas com a venda do resíduo ou da matéria oriunda de seu processamento, compatibilizando assim, em perfeita sintonia, o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental”, defende o procurador.
A recomendação foi destinada ao diretor-geral do DNPM. O órgão tem 10 dias úteis para se manifestar se vai ou não acatar a recomendação.
O DNPM foi procurado pela reportagem, mas até o fechamento desta edição, não respondeu sobre a recomendação.

Fonte: OTEMPO

Após denúncia contra Vale, bióloga diz que minério só muda gosto da água, mas não polui


O despejo de minério de ferro nas águas do Rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense, segundo bióloga e professora do curso de Engenharia Ambiental da Uniderp, Edinéia Lazarotto Formagini, não causa problemas “em baixa quantidade”. Segundo ela, os principais impactos causados pela presença de ferro estão relacionados à utilização da água para abastecimento humano, porque o composto altera as propriedades de coloração e sabor.
Na quarta-feira (23), a empresa admitiu despejo de minério no Rio Paraguai na altura do Porto Esperança, mas informou que a ocorrência foi um “um desvio operacional pontual”, e que já foram tomadas medidas para evitar novas ocorrências. A confirmação da empresa veio apenas após denúncia publicado no Jornal Midiamax no dia 21 deste mês.
De acordo com a bióloga, a presença ou contato do minério de ferro com a água não apresenta riscos aos ecossistemas aquáticos, “desde que não esteja em concentrações muito elevadas. A foto publicada na reportagem não acredito que vá causar muitos impactos no ambiente aquático, considerando que é somente minério de ferro que está entrando em contato com a água”, citou.
Edinéia comenta que o maior problema está no rejeito do minério de ferro. “Estes podem conter substâncias tóxicas, como metais pesados, que em baixas concentrações podem provocar intoxicação e até a morte de animais e plantas aquáticas. Também é um composto predominantemente inorgânico e com alta densidade, o que reduz a capacidade degradação deste composto pelos organismos aquáticos”, disse.
Segundo ela, outro aspecto a se levar em conta é que a presença deste rejeito em corpos d’água ocasiona a redução da passagem da luz para dentro do ambiente, “reduzindo assim a produtividade, e impactando todo o ecossistema. A magnitude do impacto é diretamente proporcional ao volume e a composição de rejeito presente nos corpos hídricos”, explica.
Edinéia Lazarotto, que é doutora em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos pela UFMS e Universidad de Valladolid/Espanha, explica que há maneiras de minimizar estes impactos: “controle eficiente do processo, evitando falhas; destinação e tratamento adequado para os resíduos gerados e; política eficiente na prevenção e minimização de acidentes, especialmente os ambientais”.
Sobre acidentes, como o ocorrido em Mariana/MG. “Infelizmente, hoje, o que vemos na grande maioria das empresas é uma redução na parte de prevenção de acidentes, com monitoramentos ineficientes dos riscos ambientais e a falta de planejamento correto do que fazer em caso de acidentes. Quando as atividades são realizadas de maneira ineficiente e sem os devidos controles qualquer bioma está em risco”, complementa a pesquisadora. Segundo ela, o ideal é que todas as medidas de controle e prevenção de danos ambientais sejam seguidas “integralmente, deste modo é possível que haja atividades de exploração com minimização dos riscos ambientais”.

Sobre o caso

Funcionários foram flagrados limpando plataformas da mineradora Vale e jogando rejeitos de minérios no Rio Paraguai, em Corumbá. Segundo a denúncia, eles utilizam jatos de água para lançar os rejeitos na água, formando uma ‘lama vermelha’ em volta da plataforma. Essa não é a primeira vez em que denúncias de crimes ambientais são feitos na região. Em fevereiro, mudanças na cor da água do rio e a morte de peixes chamaram a atenção e coincidiram com a abertura de inquérito na 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, para investigar a situação de barragens.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax recebeu a denúncia de uma pessoa, que não quis se identificar, mas viu a cena no fim do ano passado no Porto Esperança. “A empresa lava ali as plataformas. Não foi a primeira vez que eu vi a mancha vermelha. Nunca vi denúncia anterior, acho que é porque dali para baixo não existe ocupação humana”, disse.
A empresa informou que a ocorrência foi um “um desvio operacional pontual”.
“A Vale ressalta que não compactua com esse tipo de atitude e que possui procedimento específico para a limpeza do cais, que inclui retirada do material para retorno à área operacional, sem projeção de minério no Rio Paraguai”, cita. Segundo a Vale, já foram tomadas todas as medidas necessárias para evitar novas ocorrências.
A empresa ainda informou que não há a geração de rejeitos no Porto Esperança, apenas a movimentação de minério de ferro, “que é um elemento inerte e não se biomagnifica, ou seja, não se acumula no organismo dos animais”.
O Ibama de Mato Grosso do Sul informou que esteve na quarta-feira (23) fazendo vistoria na área do Porto Esperança, mas a equipe de reportagem ainda não teve acesso ao laudo.

Fonte: Correio de Corumbá

domingo, 27 de março de 2016

Erros cometidos durante boom das commodities pioram crise brasileira



A recessão profunda e as turbulências políticas que o Brasil atravessa podem até ter um tom familiar, dados os sucessivos períodos de instabilidade política e econômica na história do país. Esta, porém, não é uma crise igual às das gerações passadas.
Durante as décadas de 80 e 90, o Brasil, como muitas economias emergentes, sofreu regularmente o que os economistas chamam de “parada súbita” — uma interrupção repentina e generalizada dos fluxos de capital estrangeiro. Uma moeda sobrevalorizada e a inflação alta corroíam a competitividade e incentivavam o endividamento externo. O capital estrangeiro debandava, a moeda entrava em colapso e governos, bancos e empresas deixavam de pagar suas dívidas em moeda estrangeira.
Hoje, as coisas são muito diferentes. O câmbio no Brasil é flutuante. A inflação está em 10% ao ano e recuando. A maioria das dívidas é feita em moeda local. Os bancos estão saudáveis e as reservas em divisas estrangeiras são abundantes, somando US$ 370 bilhões.
Longe de uma parada súbita, a crise atual é consequência de anos de falta de investimento, protecionismo e excesso de regulação, problemas que foram atenuados por um boom de commodities que está agora se desfazendo.
A agitação política atual revolve em torno do escândalo de corrupção da Petrobras. Mas o verdadeiro escândalo é o pouco que o Brasil se beneficia de suas riquezas petrolíferas. Hoje, a renda per capita do Brasil, ajustada para refletir o poder de compra real das moedas, é de 27% a dos Estados Unidos — comparado com 30% em 2010 e 38% em 1980.
Ainda assim, embora a situação no Brasil seja particularmente grave, ela é semelhante à de muitas economias emergentes, como a Rússia e a África do Sul, que tiraram enorme proveito do boom das commodities da China. Muitos países copiaram o modelo chinês de uma economia dirigida pelo governo, mas não copiaram —fatalmente — o foco da China nos investimentos vultosos e nas exportações de bens manufaturados como motores da produtividade e do crescimento. Um estudo do Fundo Monetário Internacional que analisou 18 países, como Arábia Saudita e Equador, de 1998 a 2011 concluiu que em nenhum deles o crescimento da produtividade fora do setor de commodities acelerou durante o boom.
Os investimentos públicos e privados da China equivalem a 43% do produto interno bruto. Isso causa alguns problemas, como excesso de capacidade e endividamento; mas vem gerando um crescimento notável na produtividade. No Brasil, ao contrário, o investimento é muitíssimo inferior, 17% do PIB, menor até que em outros países da América do Sul, como Chile, Colômbia e México.
O investimento privado no Brasil sempre foi prejudicado por juros e inflação altos e voláteis. Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, no fim dos anos 90 e início dos 2000, o câmbio flutuou, a inflação foi domada e o orçamento ficou sob controle. Suas políticas conservadoras foram mantidas durante o governo de Lula, eleito em 2002.
O Brasil, como muitos mercados emergentes, passou incólume pela crise financeira que atingiu os países ricos. Depois de encolher ligeiramente em 2009, a economia brasileira cresceu 7,5% em 2010, ajudada pela alta nos preços das commodities, a descoberta das grandes reservas marítimas de petróleo do Pré-Sal e uma onda keynesiana de gastos públicos e subsídios ao crédito. Naquele ano, o FMI não hesitou em estimar o crescimento potencial de longo prazo do Brasil em 4% ao ano.
Mas tanto o FMI quanto o próprio país equivocadamente consideraram o boom das commodities como algo sustentável. O Brasil parou de crescer em 2014, com a inflação e o desemprego crescentes sinalizando que sua economia tinha atingido os limites produtivos. “O sucesso macroeconômico cegou as pessoas para [as consequências da] ausência de reformas”, diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. O sistema tributário era e continua sendo oneroso e absurdamente complexo. O crédito altamente subsidiado distorce a alocação de capital e enfraquece a política monetária.
O mais sério é que as abundantes receitas com commodities foram mal investidas. De 2000 a 2015, os gastos federais saltaram de 14% para 20% do PIB, observa Goldfajn, mas esse alta foi inteiramente para o consumo e a distribuição de renda.
Alguns desses gastos foram louváveis, como o programa Bolsa Família, que forneceu renda às famílias condicionada às crianças frequentarem a escola e serem vacinadas. Outros nem tanto. As propinas que os prestadores de serviço da Petrobras supostamente pagaram a políticos são apenas o exemplo mais proeminente do clientelismo endêmico do país. Um estudo de Francesco Caselli e Guy Michaels, da London School of Economics, concluiu que, em cidades que recebem grandes receitas provenientes da exploração de petróleo, as casas dos funcionários públicos aumentam de tamanho, mas as outras casas não.
Pouco desse dinheiro acabou sendo usado para melhorar a infraestrutura deploravelmente subdesenvolvida do Brasil, que deve ser posta à prova na Olimpíada do Rio de Janeiro. Os investimentos públicos estão pouco acima de 2% do PIB, sendo que a fatia do governo federal é de cerca de 1%. Os líderes chineses vêm se concentrando muito mais no crescimento que na distribuição, com os investimentos em infraestrutura local atingindo uma média de 6% do PIB.
Hoje, a China tem 32 vezes mais quilômetros de estradas pavimentadas por quilômetro quadrado que o Brasil, segundo o McKinsey Global Institute, braço de pesquisa econômica da consultoria McKinsey. Essa disparidade é uma razão importante que explica por que a China está profundamente integrada às cadeias globais de suprimento e o Brasil, não. Outra razão são as barreiras brasileiras às importações. As exportações da China equivalem a 26% do seu PIB e as do Brasil, 13%, uma das menores entre as grandes economias. O Brasil tem quase o mesmo número de companhias exportadoras que a Noruega, apesar de possuir uma população quase 40 vezes maior, observa um estudo recente de economistas do FMI e do Banco Mundial.
O crescimento de longo prazo do Brasil está provavelmente pouco acima de 2% hoje. Monica de Bolle, economista da PUC do Rio de Janeiro, acredita que a inflação do Brasil pode chegar a 20% ao ano, à medida que o país a utiliza como uma espécie de imposto sobre os detentores de dívida pública. “O palco parece, então, preparado para uma reencenação do passado do Brasil”, diz ela. Essa ainda não é uma parada súbita como a dos velhos tempos. Mas uma crise não é menos dolorosa só porque se desenrola durante muitos anos e não de uma vez.

Fonte: WSJB

quinta-feira, 24 de março de 2016

Metais básicos sobem após detalhamento de importações chinesas de cobre



Os futuros de cobre e de outros metais básicos operam em alta na manhã desta segunda-feira (21), após a divulgação de dados mais detalhados sobre as importações chinesas de cobre em fevereiro. Por volta das 8h10min (de Brasília), o cobre para três meses negociado na London Metal Exchange (LME) subia 0,2%, a US$ 5.059,00 por tonelada. Na Comex, a divisão de metais da bolsa mercantil de Nova York (Nymex), o cobre para maio tinha alta de 0,57%, a US$ 2,2955 por libra-peso, às 8h41min (de Brasília).
O cobre avança apesar da recente tendência de fraqueza do petróleo, que frequentemente puxa todo o complexo de commodities para baixo. Números publicados hoje mostraram que as importações de cobre refinado da China, o maior consumidor mundial de metais básicos, saltaram 56% na comparação anual de fevereiro. Os metais também são sustentados pelo bom desempenho dos mercados acionários chineses. A Bolsa de Xangai, a principal da China, fechou o pregão de hoje em alta de 2,2%, em seu sétimo avanço consecutivo.
Entre outros metais na LME, o alumínio para três meses subia 0,2%, a US$ 1.524,50 por tonelada, enquanto o chumbo também avançava 0,2%, a US$ 1.808,50 por tonelada, o estanho aumentava 0,5%, a US$ 16.900,00 por tonelada, e o níquel registrava ganho de 0,3%, a US$ 8.670,00 por tonelada. O zinco era exceção no mercado inglês, com leve baixa de 0,1%, a US$ 1.843,00 por tonelada.

Fonte:  Jornal do Comércio

DNPM participa do maior evento de exploração mineral do mundo



Foi realizada em Toronto (Canadá) de 6 a 9 de março de 2016, a maior exposição mundial sobre exploração mineral, a PDAC 2016 – Prospectors & Developers Association of Canada-, que contou com a participação do Diretor-Geral Interino, Telton Corrêa, representando o DNPM.
A Convenção reuniu mais de 22.000 participantes, abrangendo mais de 100 países, na edição de número 84 da Convenção da PDAC. Lá, reuniram-se investidores, analistas, executivos de mineração, geólogos, engenheiros de minas, funcionários de governos e estudantes.
No dia 7 de março, durante o PDAC 2016, também foi realizado o Brazilian Mining Day, evento que é uma realização da ADIMB, que tem o objetivo de reunir os participantes da Convenção Anual do PDAC para ouvir o que o governo brasileiro tem a dizer sobre a importância de se investir em nosso país, bem como ouvir dos empresários sobre a mineração no Brasil. O Diretor-Geral Interino do DNPM, Telton Corrêa também participou do Brazilian Mining Day proferindo palestra sobre o tema “O Marco Regulatório da Mineração no Brasil”.

Fonte: DNPM

China paga US$ 2,5 bilhões por 30 supernavios Valemax para controlar fretes



As gigantes chinesas do transporte marítimo Cosco Group, China Merchants Group e ICBC Financial Leasing Co. fizeram encomendas para 30 navios Valemax avaliadas num total de US$ 2,5 bilhões, dizem pessoas envolvidas no negócio.
A medida vai ampliar o controle da China sobre as exportações de minério de ferro do Brasil nos próximos dez anos e aumentar a pressão sobre as transportadoras marítimas ocidentais, que vêm penando para encontrar cargas em meio a uma das crises mais duradouras do setor.
As fontes disseram que as três titãs do transporte marítimo da China fizeram pedidos de dez navios cada uma para quatro estaleiros locais — Shanghai Waigaoqiao Shipbuilding, Behai Shipbuilding, CIC Jiangsu e Yangzijiang Shipbuilding — com entregas programadas a partir de 2018.
“Apesar do colapso do mercado a granel, os chineses estão encomendando novas embarcações para efetivamente controlar as taxas de frete de minério de ferro nos próximos dez anos ou mais”, diz Basil Karatzas, da Karatzas Marine Advisors & Co., consultoria nova-iorquina do setor. “Isso vai pôr mais pressão sobre dezenas de transportadoras independentes às voltas com uma mínima recorde nas tarifas de frete.”
Os navios Valemax foram lanças dos no mercado em 2010 pela mineradora brasileira Vale SA . O plano era construir cerca de 60 navios, mas apenas 18 foram entregues. A Vale sofreu um golpe quando a China proibiu esses navios de grande porte de atracar em seus portos, afirmando que eles eram inseguros. O embargo foi suspenso em julho do ano passado, mas naquele momento a Vale já havia vendido ou alugado os cargueiros para proprietários chineses, inclusive a Cosco.
O Valemax pode transportar até 360 mil toneladas de carga. Eles são duas vezes maiores que os navios Capesize, os maiores cargueiros de granéis sólidos de produção comercial, que possuem capacidade para 180 mil toneladas.
A China é a maior importadora de commodities e a desaceleração de sua economia é a principal razão dos problemas vividos pelas transportadoras marítimas. As importações de cimento e minério de ferro do país recuaram 46% e 38% em valor no ano passado, respectivamente, ante 2014, segundo a alfândega chinesa. Donos de navios de carga de granel sólido que transportam produtos como esses para a China vêm operando a um custo quase quatro vezes maior que as tarifas que cobram pelos fretes.
Dezenas de transportadoras de granéis sólidos estão em recuperação judicial, enquanto outras estão atrasando o pagamento de empréstimos para os bancos, deixando grandes quantidades de navios ociosos ou vendendo os cargueiros a preço de banana.
Corretores de Cingapura e Londres afirmam que as novas compras dos navios Valemax darão às transportadoras chinesas o controle de cerca de 30% do total das importações de minério de ferro do país, em termos de volume. Karatzas diz que tal domínio vai reprimir as tarifas de fretes durante anos.
“No auge do mercado, em 2007 e 2008, nós costumávamos pagar fretes diários de mais de US$ 200 mil por um navio Capesize”, diz um executivo de uma das empresas compradoras do Valemax. “Estamos nos precavendo para que isso não aconteça novamente, quando o mercado se recuperar.”
Os fretes diários de navios Capesize estão atualmente abaixo de US$ 3 mil.

Fonte: The Wall Street Journal

Queda de produção de aço chinês deve ajudar siderúrgicas



A ajuda pode estar à mão para as siderúrgicas internacionais atingidas pela concorrência da China. O volume recorde de exportações do maior país produtor provavelmente cairá após o aumento dos preços, ampliando a atratividade das vendas locais para as usinas em relação aos embarques ao exterior, segundo o Noble Group.
“A principal razão pela qual teremos exportações menores de aço chinês, pelo menos nos próximos meses, é que de dezembro para cá os preços do aço chinês têm apresentado um desempenho muito melhor que os preços do aço de outras regiões”, disse Gueorgui Pirinski, analista de materiais de aço-carbono da trader de commodities, em uma conferência em Cingapura na quarta-feira. “Tivemos uma alta enorme, de 30 a 40 por cento”.
As exportações da China, país que responde por cerca de metade da produção global, atingiram uma alta histórica no ano passado em um momento em que as produtoras lidavam com a queda dos preços locais e com a abundância de material.
O excesso ampliou a concorrência na Ásia, na Europa e nos EUA, reduzindo os lucros das usinas de todo o mundo e gerando um aumento nas tensões comerciais em meio às acusações de que os volumes crescentes da China estavam sendo vendidos baratos demais.
Neste ano, os preços do aço da China se recuperaram, em uma mudança que, segundo Pirinski, foi impulsionada pela produção mais baixa.
‘Bastante agressivo’

“O principal motor dessa inversão de tendência foi o corte bastante agressivo da produção doméstica de aço da China”, disse Pirinski, que levantou a possibilidade de que a produção possa aumentar agora, colocando em perigo a recuperação dos preços do aço.
“Veremos uma aceleração material da produção doméstica de aço na China — e isso colocará em dúvida a sustentabilidade do preço do aço”.
Os volumes mais baixos da China poderão diminuir a pressão sobre siderúrgicas como a ArcelorMittal, com sede em Luxemburgo, e a U.S. Steel Corp.
A produtora europeia registrou prejuízo anual em 2015, enquanto a segunda maior fabricante de aço dos EUA se colocou na vanguarda dos esforços para resistir às importações, descrevendo a situação como uma “grande guerra”.
Na China, as barras de reforço de aço, usadas na construção, deram um salto de cerca de 24 por cento em 2016 após cinco anos de prejuízos.
Na Bolsa de Futuros de Xangai, o contrato subiu para 2.240 yuans (US$ 345) a tonelada na quarta- feira, nível mais alto desde junho. O piso chegou a 1.618 yuans em dezembro.
As exportações de aço da China tiveram uma expansão de quase 20 por cento em 2015, para um recorde de 112,4 milhões de toneladas, segundo dados aduaneiros divulgados em janeiro.
Em fevereiro, as vendas de produtos de aço caíram 17 por cento, para 8,11 milhões de toneladas, nível mais baixo desde março do ano passado, mostram dados do governo.
Tendência sem precedentes

A tendência sem precedentes de exportações baratas da China provocou uma reação negativa na Europa, na Índia e nos EUA, que se movimentaram para elevar as tarifas após queixas das siderúrgicas locais.
Contudo, não foi a propagação de regras comerciais protetoras o que forçou a queda das exportações, segundo Pirinski. O motivo pelo qual “as exportações de aço da China estão caindo não são as tarifas antidumping, não é por toda essa postura”.
As exportações da China poderão não aumentar neste ano, mas ainda assim as siderúrgicas do país tentarão vender o máximo que puderem, disse N. C. Mathur, presidente da Associação Indiana de Desenvolvimento do Aço Inoxidável, em entrevista, em Cingapura.
“A China é uma grande ameaça”, disse Mathur, que trabalha há mais de 40 anos no setor, inclusive na Jindal Stainless. “Mas ao mesmo tempo os traders estão interessados em comprar material chinês devido ao seu custo e para ganhar dinheiro”.

Fonte: Exame

Phosagro vê mercado de fosfato pronto para recuperação no Brasil



Phosagro, terceira maior fabricante de fertilizantes de fosfato do mundo, vê o mercado superando um começo de ano “assustador” quando os agricultores brasileiros costumam usar os lucros para comprar mais nutrientes para o solo.
Os preços médios de fosfato diamônico, uma referência, provavelmente vão subir de US$ 360 para US$ 380 a tonelada, em Tampa, Flórida, de acordo com o CEO da empresa Andrey Guryev. James O’Rourke, CEO da rival Mosaic, disse no início deste mês que a demanda por fosfato vai atingir um recorde este ano.
Os preços globais de fertilizantes fosfatados atingiu a maior baixa de dois anos em janeiro e fevereiro, depois que a China inundou o mercado após a remoção de um imposto de exportação e os agricultores diminuindo a compra de nutrientes. Os preços em algumas regiões subiram quando o país asiático e outras empresas diminuíram produções não lucrativas. A demanda do Brasil, entre os cinco maiores usuários, pode subir 34 por cento este ano, pois um real fraco ajudou a reduzir os custos dos agricultores e aumentar seus lucros, disse Guryev.
“A situação no início do ano parecia assustadora”, com a turbulência nos mercados chineses também contribuindo para a queda dos preços, disse Guryev em uma entrevista em Moscou. “Todas as coisas ruins que poderiam ter acontecido, aconteceram no ano passado, então os preços devem se recuperar”.

Mercado Brasil

A Phosagro controla cerca de 20 por cento do mercado brasileiro de fertilizantes fosfatados monoamônio importados. Os chamados MAP e DAP estão entre os mais populares tipos de nutrientes. A empresa com sede em Moscou compete com empresas como a Mosaic da América do Norte e Potash de Saskatchewan.
A previsão da Phosagro “seria um nível muito bom para o mercado”, afirmou por telefone Elena Sakhnova, analista da VTB Capital. “No ano passado a Phosagro teve uma visão precisa do mercado, prevendo um grande aumento na demanda indiana”.
Os agricultores brasileiros podem importar até 6,7 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados este ano, contra 5 milhões em 2015, quando a crise econômica do país cortou a demanda, disse Guryev. Os agricultores também estão se beneficiando de preços mais baixos de energia que diminuíram os custos de entrada, enquanto os preços das safras permanecem estáveis e os problemas de crédito no Brasil foram flexibilizados, afirmou. O preço no Brasil se recuperou para US$ 365 por tonelada, disse Guryev. Tinha caído para US$ 340 em janeiro.
A Argentina, que cortou compras para cerca de 600.000 toneladas no ano passado, também está aumentando a demanda novamente e já comprou 300.000 toneladas no primeiro trimestre, disse ele. Enquanto o uso europeu pode ter mudado pouco, o consumo na Ásia deve continuar forte, prevê a Phosagro. A Índia aumentou as importações de nutrientes de fosfato em cerca de 50 por cento, chegando a 6 milhões de toneladas no ano passado e pode comprar uma quantidade similar em 2016, disse Guryev.

Corte de produção

Os preços também devem ser apoiados com a saída do mercado de produtores não rentáveis na China e na Europa, disse ele. Em contraste, a Phosagro, cujos custos de cerca de US$ 128 a tonelada são a metade da média da indústria, planeja aumentar a oferta em cerca de 5 por cento este ano, disse Guryev.
O rublo mais fraco tem ajudado a reduzir os custos da Phosagro, enquanto a tecnologia tem permitido processar o fosfato do minério que sobra da produção anterior, reduzindo a necessidade de mineração. Ela possui 30 milhões de toneladas de minério, o suficiente para sete anos de tratamento, disse o CEO.
Nem toda a produção adicional será enviada ao exterior, pois a demanda está crescendo entre os agricultores russos que se beneficiaram com a queda do rublo, disse Guryev. A empresa concordou em limitar os aumentos de preços para os agricultores locais a 5 por cento até o final da época de semeadura em relação aos níveis de janeiro, disse ele.
A empresa disse na quarta-feira que seu lucro antes dos juros, depreciação e amortização mais que duplicou em 2015 subindo para 82,5 bilhões de rublos (US$ 1,2 bilhão). A receita aumentou 54 por cento.
Título em inglês: Phosagro Sees Phosphate Market Ready for Recovery on Brazil (2)

Fonte: UOL

Queda do PIB em Minas é reflexo da menor produção de energia, mineração e retração de setores



A redução da produção nas usinas hidrelétricas instaladas em Minas Gerais, decorrente de longo período de estiagem, o baque sofrido pela indústria da mineração depois do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, maior tragédia socioambiental do Brasil, a queda na venda de automóveis e do comércio em geral comprometeram o desempenho do estado durante o ano passado. Em 2015, a economia encolheu 4,9% em Minas, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços). Foi o pior resultado dos últimos 13 anos, de acordo com os dados divulgados na manhã de ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP).
A queda foi mais drástica, frente à retração de 3,8% apurada pelo IBGE para a média do Brasil no ano passado. Dos 11 setores de atividade econômica no estado, 10 tiveram queda (veja quadro), tornando recorde a baixa registrada desde o início da série histórica do levantamento em 2002, destacou Raimundo Souza, coordenador da área de Estudos Econômicos da FJP. A instituição divulgou os dados a partir de 2003. “No ano passado a ficha caiu de que a crise é maior do que havia se imaginado. O mau desempenho não se deve só à economia. A crise política é a principal responsável pela queda do PIB”, completa o pesquisador.
A desaceleração da economia mineira vem sendo observada desde o biênio 2011/2012. O único setor que cresceu em 2015 foi o de serviços imobiliários (1,8%), mas a boa performance não foi suficiente para frear a retração. A queda do PIB de Minas foi puxada pelo encolhimento da indústria, de 9,1%, e dos serviços, de 2,85%. A indústria de transformação puxou o freio, ao recuar 12,7%, seguida da construção civil, que ficou no vermelho, com taxa negativa de 8,85%.
O pesquisador Gláuber Silveira, da FJP, lembrou que a queda da produção das fábricas no estado já é registrada há quatro trimestres. A produção de máquinas e equipamentos caiu 38% e a de veículos automotores, 33%. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) esperava a retração de 2,8% do comércio e da prestação de serviços. Em nota, informou que o resultado é fruto do cenário macroeconômico adverso vivido no ano passado, com taxa de juros e inflação em alta, diminuição do investimento produtivo e recuo da demanda internacional pelas commodities (produtos agrícolas e minerais cotados no mercado internacional) mineiras. A entidade credita o mau desempenho ao aumento do custo de vida, que afetou o poder de compra das famílias.
Outro fator determinante, segundo a CDL, foram os juros elevados, que dificultaram o acesso do consumidor ao crédito. “O setor de serviços reflete o que está ocorrendo no país como um todo. É o reflexo do desaquecimento do mercado interno, que depende muito do consumo das famílias”, afirma Raimundo de Souza. Verificada desde 2013, a estiagem levou os reservatórios das maiores usinas hidrelétricas a níveis críticos, o que impactou no setor de eletricidade e saneamento, que teve queda de 12,2%.
“Minas é a caixa d’água do Brasil, mas com a seca, em lugar de exportar, o estado teve que importar energia de outras regiões, como do Norte do país”, pontua Raimundo. A indústria da mineração, que está entre os principais setores que sustentam a economia de Minas, sofreu o baque do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana em 5 de novembro. Enquanto a extração de minerais no Brasil cresceu 4,9%, em Minas o setor encolheu 1,1%. O pior resultado foi registrado no quarto trimestre do ano, quando a tragédia ocorreu. No quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro, despencou 10,7%.
DESASTRE POLÍTICO O vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais, Pedro Paulo Pettersen, afirma que a queda do PIB aponta processo de esvaziamento significativo da indústria mineira. A retração nos setores de bens de capital e na indústria automotiva tem efeito cascata. “Vai levar um tempo para a economia mineira se recuperar. A grande dificuldade é que parte substancial da crise advém da política, sobre a qual não se tem expectativa de solução imediata. A cada momento surge um fato novo. Antes de a economia reagir, é preciso uma alternativa para a crise política.”
Pettersen destaca também a retração no setor de siderurgia, que não consegue aumentar as exportações. “O setor está com grande capacidade ociosa e demitiu muito”, afirma. Glauber Silveira, da FJP, ressalta que não é possível fazer prognósticos de recuperação. As projeções para o ano são de queda do PIB brasileiro em 3,6%, que deverá ser acompanhada pela retração da economia mineira.

Freio nas lavouras do café ao feijão

A falta de chuva, que teve impacto nos reservatórios das hidrelétricas, afetou, também, o desempenho da agricultura. Café, açúcar e feijão, que têm o maior peso no setor, apresentaram quedas, respectivamente, de 1,4%, 2,9% e 11,1% em 2015. A coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, afirma que a questão climática foi um dos principais fatores para a retração do setor. “O efeito da seca dentro das propriedades rurais foi severo. Ao longo de todo o ano, vimos a manifestação de produtores. Além dos fatores naturais que influenciaram nas safras, o desempenho aquém também se deve ao preço das commodities no mercado internacional”.
Diversos municípios decretaram estado de emergência devido ao agravamento da crise hídrica. No entanto, Aline lembra que a queda de outros ramos da atividade econômica, como a siderurgia, teve impacto no campo. A menor produção nas siderurgias levou à retração na silvicultura (produção de celulose, madeira e carvão vegetal). De acordo com a especialista, a Faemg apresentará o PIB do agronegócio, que deverá ser positivo. Segundo ela, a diferença em relação aos dados da Fundação João Pinheiro se deve às metodologias de apuração dos dados. Enquanto a fundação leva em conta a produção agrícola, a federação considera toda a cadeia produtiva. (MC)

Fonte: EM

terça-feira, 15 de março de 2016


O DNPM informa que encontra-se disponível o formulário para a Declaração de Investimento em Pesquisa Mineral, que deverá ser entregue até o dia 30 de abril de 2016.


Ao Minerador

Informamos que encontra-se disponível o formulário para a Declaração de Investimento em Pesquisa Mineral – DIPEM,  que deverá ser encaminhada ao DNPM até o dia 30 de abril de 2016. A DIPEM foi regulamentada pela Portaria nº 519, de 28 de novembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União em 11/12/2013, que pode ser acessada clicando aqui ou no sistema (menu ajuda > Portaria). A DIPEM deverá ser apresentada ao DNPM pelos titulares de alvarás de pesquisa, contendo informações sobre os investimentos aplicados nas áreas objeto de alvarás de pesquisa vigentes ano base 2015.

Acesso ao sistema DIPEM

O acesso ao sistema DIPEM é feito pelo link: https://sistemas.dnpm.gov.br/dipem

Ajuda

As instruções para o preenchimento do formulário da DIPEM podem ser acessadas clicando aqui ou também disponíveis no sistema DIPEM.

Fale Conosco

Para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos relativos às Declarações de Investimentos em Pesquisa Mineral – DIPEM, enviar e-mail para: dipem@dnpm.gov.br ou por formulário eletrônico disponível no sistema DIPEM.

Fonte: DNPM

Vale bate recorde na venda de sucatas e resíduos em 2015



O processo de destinação de resíduos da Vale alcançou R$ 97,8 milhões de receita por meio da venda de sucatas, ativos e resíduos. Esse valor bateu recorde de arrecadação e equivale a um aumento de 17,8% na receita em comparação com 2015. O gasto total com a destinação foi de R$ 82,8 milhões, o que significa que o processo foi superavitário, que acontece quando a receita supera a despesa.

Entenda o processo

A venda de sucatas, ativos e materiais obsoletos tem início com o descarte dos itens para uma das 54 Centrais de Materiais Descartados (CMDs) da Vale, onde os materiais são prensados, enfardados e preparados para serem enviados para empresas de reaproveitamento e reciclagem brasileiras. Em caso de riscos ao meio ambiente e à população, os resíduos são encaminhados para empresas de incineração, coprocessamento e aterros sanitários homologados. Outros resíduos, como a sucata de ferro e de trilhos, são importantes matérias-primas para o setor siderúrgico e podem ser vendidos tanto para o mercado nacional, quanto para o internacional, garantindo uma fonte adicional de receita para a empresa.

Saiba mais

• Resíduos: desperdícios, aparas ou sobras de materiais que não servem para o processo de reciclagem, reaproveitamento ou reúso, sendo destinado para aterros, incineração ou co-processamento.
• Sucatas: materiais que se tornam definitivamente e totalmente inservíveis para o uso aos quais se destinavam originalmente. Nesse ponto, se prestam somente ao emprego como matéria-prima, na fabricação de outro produto.
• Ativos: bens imobilizados da Vale e que foram descartados devido ao fim de sua vida-útil e após a retirada de peças para reaproveitamento interno.

Fonte:  Vale