As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com as chinesas impulsionadas pelos planos de Pequim para estimular a economia e o mercado japonês pressionado por realização de lucros e pela menor chance de novos estímulos do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Na Oceania, a bolsa australiana avançou ao maior nível em mais de dois meses, diante do rali recente do minério de ferro.
Em sua quinta sessão positiva consecutiva, o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 0,8% hoje, a 2.897,34 pontos, após chegar a avançar 1,3% durante o pregão. Em Shenzhen, onde fica um mercado chinês de menor abrangência, o índice local teve ganho de 2,0%, a 1.741,65 pontos, apagando a maior parte da desvalorização de 2,9% do pregão anterior.
Os investidores na China buscaram ações de empresas que devem ser mais beneficiadas por políticas que estão sendo apresentadas durante o Congresso Nacional do Povo, uma importante reunião anual do legislativo chinês que teve início no sábado e prosseguirá ainda por vários dias.
Na abertura do encontro, autoridades estabeleceram a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 6,5% a 7% este ano, menor do que o objetivo de “cerca de 7%” estipulado para 2015. Por outro lado, Pequim também prometeu abrir as indústrias de petróleo e telecomunicações à concorrência privada.
Previsões de que o governo chinês aumentará os investimentos em projetos de infraestrutura, inclusive para a construção de novas ferrovias e estradas, impulsionaram hoje os papéis de mineradoras e de produtores de bens industriais. Em Xangai, as ações da Hainan Mining saltaram 10%, atingindo o limite diário de valorização.
Em Hong Kong, a China Railway Construction subiu 4% e a Maanshan Iron & Steel avançou 3,3%, mas o índice Hang Seng terminou o pregão em leve baixa de 0,1%, a 20.159,72 pontos, influenciada por quedas de mais de 1% de empresas como China Mobile, Power Assets Holdings e Galaxy Entertainment Group.
A tomada de risco na China continental também foi favorecida pela disposição recente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de fortalecer o iuane por meio da chamada “taxa de paridade”.
A moeda chinesa fechou em alta frente ao dólar pela terceira sessão consecutiva nesta segunda, seguindo orientação do PBoC, que guiou o iuane para cima também pela terceira vez seguida.
Havia ainda expectativa para os últimos números das reservas internacionais da China, que foram divulgados após o fechamento dos mercados chineses.
Dados do PBoC mostraram que as reservas caíram pelo quarto mês consecutivo em fevereiro, mas em ritmo bem mais fraco do que em janeiro, em meio à diminuição da pressão de saídas de capital. No fim do mês passado, as reservas do gigante asiático somavam US$ 3,202 trilhões, com redução de US$ 28,57 bilhões ante janeiro.
Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,61%, a 16.911,32 pontos, num movimento de realização de lucros, depois de acumular ganhos por quatro pregões consecutivos e de o presidente do BC japonês (BoJ), Haruhiko Kuroda, declarar que o momento é de observar como a recém-adotada taxa negativa de juros está afetando a economia do país.
O comentário de Kuroda reduz as chances de o BC japonês relaxar ainda mais sua política monetária na reunião da próxima semana, nos dias 14 e 15. No fim de janeiro, o BoJ cortou sua taxa de depósitos, de 0,1% para -0,1%.
Entre bolsas asiáticas menores, a de Taiwan subiu pela sétima sessão consecutiva, com alta de 0,2% no Taiex, a 8.659,55 pontos, enquanto o índice filipino PSEi caiu 0,1% em Manila, a 6.892,69 pontos, e o sul-coreano Kospi teve ligeiro aumento de 0,11% em Seul, a 1.957,87 pontos.
O desempenho misto das asiáticas veio apesar da publicação, na sexta-feira, de novos dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, que criou mais empregos do que o esperado em fevereiro e revisou para cima os números dos dois meses anteriores.
Preocupa ainda, no entanto, a fraqueza dos salários no país, que mantém incerta a perspectiva da política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Na Oceania, a bolsa da Austrália foi beneficiada pela significativa recuperação nos preços do minério de ferro. O S&P/ASX, índice que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 1%, a 5.142,80 pontos, atingindo o maior nível em mais de dois meses.
Destacaram-se no mercado australiano grandes mineradoras, como BHP Billiton (+5%) e Rio Tinto (+3,5%). Já as ações da Fortescue Metals, que tem no minério de ferro a origem de 100% de seus lucros, dispararam 24%, alcançando o patamar mais alto desde o fim de 2014.
Fonte: Exame
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