quinta-feira, 3 de março de 2016

Desastre em Mariana: governo brasileiro assina acordo de R$ 20 bi com mineradora para reparar danos



O governo brasileiro assinou nesta quarta-feira um acordo de reparação de cerca de R$ 20 bilhões com a mineradora Samarco, responsável pelo deslizamento de terra que matou 19 pessoas em novembro de 2015. “A menos de quatro meses do acidente (…) saudamos este acordo como um marco do processo reparação de danos às populações, porque primeiro se repara danos às populações, como um processo também de reparação do meio ambiente”, disse a presidente Dilma Rousseff durante o ato de assinatura do convênio, com prazo de 15 anos.
Deste montante, R$ 4,4 bilhões serão depositados pela Samarco – proprietária da barragem com seus dois acionistas em partes iguai, as gigantes da mineração brasileira Vale e anglo-australiana BHP Billiton – até 2018, para “garantir a realização de investimentos em 38 programas sócio-econômicos e sócio-ambientais”, segundo o documento.
O texto prevê, entre outras coisas, a recuperação de 40.000 hectares de zonas de proteção permanente que foram devastadas na bacia do rio Doce e de 5.000 nascentes, assim como a reabilitação de animais selvagens. A ruptura da barragem no último 5 de novembro foi considerada como “o maior acidente ambiental da história do Brasil” pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixera.
A barragem de rejeitos de minério rompeu perto da cidade histórica de Mariana, em Minas Gerais, liberando uma gigantesca quantidade de lama que soterrou completamente o povoado de Bento Rodrigues. O “mar de lama” continuou seu percurso até o oceano Atlântico sobre 650 quilômetros através da foz do rio Doce. Pelo caminho, milhares de animais morreram e zonas de floresta tropical foram devastadas – deixando mais de 280.000 pessoas sem água.
Os 17 mortos e dois desaparecidos durante a ruptura da barragem devem ser considerados como “vítimas de homicídios”, cuja responsabilidade recai sobre as empresas donas da barragem, anunciou em 6 de fevereiro o delegado regional Rodrigo Bustamante, encarregado da investigação.



Fonte: IstoÉ Dinheiro

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