terça-feira, 1 de março de 2016

Mais de 46 mil pessoas são afetadas pela crise da mineração no Brasil



Único setor industrial a fechar com números positivos em 2015, a indústria extrativa sucumbiu à crise e desabou, com o preço das commodities no mercado internacional, ameaçando milhares de empregos no país. Em Goiás, duas grandes mineradoras anunciaram medidas drásticas. A Votorantim Metais está fechando uma unidade com cerca de 1 mil funcionários e 3,5 mil terceirizados.
E a Anglo American colocou à venda todas as minas e plantas que mantêm no estado, onde trabalham 7,1 mil empregados diretos e indiretos. A preocupação é com o futuro incerto para mais de 46 mil brasileiros, uma vez que cada emprego, em média, garante o sustento de quatro pessoas.
O temor ronda quatro cidades — Niquelândia, Barro Alto, Catalão e Ouvidor —, nas quais a indústria extrativa tem forte participação econômica. A situação é mais crítica em Niquelândia, município de 42 mil habitantes, no Norte de Goiás, onde a Votorantim já começou a demitir. O presidente do sindicato dos trabalhadores nas indústrias extrativas da cidade, o Sitien, Geraldo Lopes, explica que 140 mineradores perderam os empregos em fevereiro, quando a empresa encerrou o processo de lavra. Até maio, mais de 600 funcionários devem ser desligados. “Mas não é só isso. São 3,5 mil terceirizados de empreiteiras e cooperativas que vão perder contratos. Até o padeiro é atingido por essa situação”, assinala.
Lopes ressalta que serão mantidos cerca de 150 funcionários para a manutenção da empresa. “A proposta da companhia é que, se a tonelada do níquel atingir US$ 13 mil, o processo volta a ser rentável e eles retomam as operações”, explica. “A tonelada chegou a US$ 56 mil e desabou para US$ 8,5 mil”, emenda Lopes.

Fonte: Diário de Pernambuco

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